O Desafio Cisco de Inovação urbana foi lançado em 2015 para encorajar o desenvolvimento de aplicações de software digitais com base na plataforma Internet de Todas as Coisas (IoE) que a Cisco está implementando na conhecida região do Porto Maravilha, como parte de seu investimento de longo prazo com a cidade do Rio de Janeiro. Cinco vencedores foram selecionados entre 104 inscritos para participar do programa de aceleração que ajudará a tornar suas soluções reais e transformar o Porto Maravilha em um “laboratório urbano vivo”.
Os cinco vencedores do desafio são:
Inspirados em uma tecnologia que possibilitava a identificação de sons em jogos musicais, os cientistas da computação, Ivo Frazão e Marcio Leal, juntamente com o empreendedor, Americo Amorim criaram a Áudio Alerta, em 2009, com a intenção de desenvolver um sistema para identificação de situações de riscos à segurança nas grandes cidades por meio do monitoramento de áudio. Posteriormente, juntou-se a equipe o empreendedor Silvio Aragão, possuidor de uma larga experiência com sistemas de segurança. A tecnologia da startup é capaz de identificar sons de incidentes como batidas de carro até crimes violentos, mesmo em locais com muito ruído, e emite um alarme para celulares e sistemas de monitoramento de ambiente. Por exemplo, a Áudio Alerta pode determinar a localização do som, apontando imediatamente as câmeras de vigilância para o local. O desenvolvimento do projeto contou com apoio de diferentes instituições de fomento à pesquisa (CNPq, Facepe e Finep), além do Centro de Informática da Universidade Federal de PE.
Mais de 13,5 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência física no Brasil. Alguns sofrem com a mobilidade reduzida, muitos deles são idosos, outros são cadeirantes ou pessoas acidentadas, mas todos eles precisam de uma cidade mais acessível. “Queremos tornar a cidade do Rio de Janeiro mais democrática e transformar a realidade de locomoção destas pessoas, pois acreditamos que uma cidade inteligente precisa beneficiar a todos”, disse Francisco Viniegra, fundador da Livrit. A startup está trabalhando em uma plataforma colaborativa de mapeamento e navegação para ajudar pessoas com necessidades especiais, que informa a rota ideal levando em consideração o nível de acessibilidade das calçadas e estabelecimentos. O foco inicial é mapear a zona portuária (Porto Maravilha) e os principais pontos de acesso na cidade do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Convencido de que as pessoas podem ter uma vida muito segura ao se conectarem com sua comunidade, o jovem empreendedor Felipe Fontes, lançou a Nearbee, uma startup que rapidamente conecta pessoas e autoridades em situações emergenciais e cotidianas. Criada com base no conceito de comunidade online de colaboração geosocial, o Nearbee é uma app móvel que alerta autoridades e pessoas próximas em situações emergenciais compartilhando a exata localização do usuário e acesso ao áudio do dispositivo para ajudar a identificar a situação e necessidade. A app ainda permite que o usuário pré-selecione amigos e parentes definidos previamente como “anjo da guarda” e serviços de segurança privada em casos de emergência. Todos os contatos passam a interagir para garantir o melhor socorro, de maneira coordenada e eficiente. Além disso, o Nearbee viabiliza a criação de provas e a identificação dos envolvidos para ganhar tempo e evitar confusões.
Anualmente, milhões de reais são gastos por governos locais de todo o país para a limpeza e manutenção dos bueiros nas cidades brasileiras. Durante um workshop em Brasília sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos, o empreendedor e economista Carlos Chiaradia identificou a oportunidade de aplicar uma tecnologia para cidades inteligentes para retenção e gestão de resíduos sólidos em bueiros. Rapidamente, Chiaradia se uniu ao engenheiro mecatrônico, Vitor Paulo, e administrador de empresas, Marcelo Lima, para criar a NetSensors. O time fabrica sensores volumétricos, que fixado em um cesto plástico que são colocados dentro dos bueiros agindo como um filtro, retendo os resíduos sólidos, impedindo que os mesmos se encaminhem para os rios, ou fiquem acumulados nos bueiros gerando entupimentos e consequentemente alagamentos. Os sensores, então instalados, informam em tempo real quando um cesto plástico atingir 70% de sua capacidade, mobilizando imediatamente a equipe de limpeza para efetuar a retirada dos resíduos ali acumulados.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há no Brasil 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão. Enquanto estudava na Pontifícia Universidade Católica, de Campinas, Douglas Toledo desenvolveu o ViiBus, um dispositivo que ajuda deficientes visuais a utilizar o transporte público. Composto por um painel Braille, esquema de cores especiais e mensagem de voz, o ViiBus avisa o deficiente visual no ponto de ônibus quando o veículo se aproxima e o momento do embarque. O sistema também inclui um indicador visual e sonoro que avisa o motorista da necessidade de parada. E, para um embarque efetivo, o usuário utiliza um cartão de identificação especial.